Viola d'Arame Foto: Rui Camacho |
O seu nome advém do facto de, na sua
armação (encordoamento), as cordas serem construídas de arame, (vulgarmente
fios de latão).
Esta viola era, outrora, muito usada
pelos foliões populares em festas e folguedos, no acompanhamento do charamba
(cantiga de raiz popular da Madeira e Porto Santo). No entanto, e com o andar
dos tempos, os tocadores mais experimentados e com gosto pela exploração
completa deste cordofone de som maravilhoso e harmónico, conclui-se que
presta-se também para acompanhar outros tipos de cantigas tão populares quanto
vulgares na Região Autónoma da Madeira.
A forma de tocar este instrumento é a mesma utilizada para tocar o rajão e o braguinha, podendo ser tocada de ponteado ou de rasgado, ficando tal tarefa ao critério do tocador.
Tocador de Viola d'Arame - Charamba (Porto Santo) Foto: Rui Camacho |
Um dos
géneros que sempre dependeu do seu uso e ainda hoje a tem como acompanhante por
excelência é o Charamba ou Xaramba.
Charamba é um género de improviso tanto no canto como no acompanhamento pela Viola d'Arame, em que cada executante deste instrumento, pode dar um ar da sua graça de acordo com as suas capacidades, nomeadamente nos instrumentais que separam os versos ou nos interlúdios entre cantadores.
Este género musical madeirense, serviu de base a muitas das chamadas cantigas de trabalho (apanha do trigo e da erva e carga).
Existem três estilos de Charamba:
- "Charamba Clássico" - o mais antigo (ritmo muito livre);
- "Charamba dos Velhos" - com andamento lento (é o preferido das pessoas mais idosas);
- "Charamba pelo Meio" - tem um andamento mais vivo (é o preferido pelos jovens)
" Teoria" - Grande tocador de Viola d'Arame - Porto da Cruz |
Charamba é um género de improviso tanto no canto como no acompanhamento pela Viola d'Arame, em que cada executante deste instrumento, pode dar um ar da sua graça de acordo com as suas capacidades, nomeadamente nos instrumentais que separam os versos ou nos interlúdios entre cantadores.
Este género musical madeirense, serviu de base a muitas das chamadas cantigas de trabalho (apanha do trigo e da erva e carga).
Existem três estilos de Charamba:
- "Charamba Clássico" - o mais antigo (ritmo muito livre);
- "Charamba dos Velhos" - com andamento lento (é o preferido das pessoas mais idosas);
- "Charamba pelo Meio" - tem um andamento mais vivo (é o preferido pelos jovens)
"Charamba dos Velhos" - Referta (Porto da Cruz) Foto: Rui Camacho |
No
Porto Santo quando se vai a baile ou a cantoria, há mesmo uma expressão que se
diz: “Hoje há viola”!
Tocador de Viola d'Arame Charamba (improvisadores do Funchal, Porto Santo e Santana) Carreiras - Funchal Foto: Rui Camacho |
Afinação e encordoamento:
A viola de arame
encordoa com 9 cordas (de baixo para cima e/ou do agudo para o grave), conforme
abaixo enumerado:
1ª Ré (carrinho - Nº 10 ou
9 - um par de cordas afinadas em uníssono).
2ª Si (carrinho - Nº 4
corda de aço - individual).
3ª Sol (toeira carrinho -
Nº 4 - um par de cordas de latão afinadas em uníssono).
4ª Ré (um par de cordas,
sendo a primeira um bordão - corda si da guitarra de fado nº 41 e a segunda um
corda de aço fino carrinho nº 10).
5ª Sol (um par de cordas
sendo a primeira um bordão n.º 73 ou sol da viola francesa e a segunda uma
corda de latão nº 4).
Atualmente, há quem
utilize outras cordas de marcas mais conceituadas no sentido de conseguir uma
melhor sonoridade e afinação.
A divulgação da viola
de arame,
através da emigração de colonos madeirenses influenciou, também, outro
instrumento no Brasil, a viola caipira, que para além das características físicas e do número de
cordas nas suas afinações, adotou igualmente a da viola
de arame.
Algumas “Escolas de
Viola d’Arame” destacam-se das demais, pelo facto de se contemplar a “teoria
musical” e a “leitura na pauta”. Destas destacam-se a Associação Musical e
Cultural Xarabanda e o Conservatório – Escola
Profissional das Artes da Madeira através do Professor Roberto Moniz.
Construção e Restauro
Na Madeira, atualmente temos sete (7) construtores de Violas d’Arame, sendo que dois deles iniciaram a sua atividade em 2021 (Francisco Jesus - 15 anos de idade e Henrique João Rodrigues), e dois deles trabalham no mesmo projeto (Cordofones Primor - Luís França e Vítor Filipe), neste sentido os construtores são:
- Carlos Jorge Pereira Rodrigues - Oficina na Rua da Carreira n.º 237 – 9200-042, São Pedro, FunchalTLM: 964045497 – E-mail: cajopero@hotmail.com
- Henrique João Rodrigues (Filho) - Oficina na Rua da Carreira n.º 237 – 9200-042, São Pedro, FunchalTLM: 967769034 – E-mail: henjomero@gmail.com
- Manuel Moniz - Oficina no Sítio dos Maroços, Vereda do Lombo da Roçada, n.º 52, 9200-112, Machico. Telm: 964071302. Facebook: https://www.facebook.com/manuel.moniz.9231
- Jardim de Sousa - Oficina (particular) na Travessa da Olaria, 9125-043, CANIÇO. E-mail: jardimdesousa@hotmail.com
- Mário Freitas, que tem a sua Oficina no Funchal. Sonsdoavesso, Lda. (+351) 965 016 642. E-mail: mario.freitas.sa@gmail.com / E-mail: sonsdoavesso@gmail.com
- Cordofones Primor (Luís França e Vítor Filipe) - Oficina no Rua Cidade de Santos, Ap. Habitur. Bloco B, Frações I e J, 9050-217, Funchal. Telefone: 291222559 / E-mail: cordofonesprimor@gmail.com / Instagram: @cordofonesprimor
- Francisco Jesus - (Aprendiz com Oficina particular em sua casa e leva a atividade como uma ocupação de tempos livres. Ainda é estudante). Nogueira - Camacha. Santa Cruz